Cães se sentem culpados ou só reagem à sua voz? A verdade pode te surpreender

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Cachorrinho adorável mordendo tênis, descansando em tapete macio e fofo em ambiente ensolarado

Você já encarou aquele olhar de “me desculpa” do seu cachorro depois que ele aprontou? Aquela carinha de lado, o rabo quase sumindo entre as pernas, e você jura que ele está morrendo de culpa. Mas, será mesmo? Será que cães se sentem culpados de verdade ou ficam desse jeito só por causa da nossa bronca? Olha, a resposta vai te pegar de surpresa – e talvez mude, para sempre, a forma como você enxerga o seu amigo de quatro patas.

Eles sentem culpa de verdade?

Tá aí uma pergunta que todo tutor curioso já se fez. Afinal, todo mundo já viu aquele vídeo de cachorro “arrependido” circulando pela internet. Mas pesquisadores descobriram que o sentimento real por trás dessa expressão clássica não é culpa pura e simples, como a gente sente. O que acontece parece ser bem mais uma reação à sua voz – e ao clima no ar – do que uma autêntica reflexão sobre o que fez de errado.

Logo que você muda o tom ou aparece com um olhar sério, o cão já começa a dar sinais de submissão. Ele não está pensando: “puxa, não devia ter rasgado esse sofá”. Ele reage ao seu comportamento no momento. Um clássico exemplo são aqueles testes: o tutor finge bronca, mesmo sem o cão ter feito nada de errado, e lá vem a carinha de “culpado” do mesmo jeito. Ou seja, a palavra-chave aqui é cães se sentem culpados, mas… talvez do nosso jeito, não.

Entendendo a cabecinha dos cães: emoções “à la humana” ou puro instinto?

Se eu te contar que cães sentem muitas emoções parecidas com as nossas – alegria, medo, apego, até ansiedade –, você não vai se surpreender. Mas “culpa”, aquela coisa cheia de peso e reflexão, aí já é outra história.

Vamos ser sinceros: cães vivem muito no agora. Eles aprendem por repetição, criando associações. Rasgou a almofada, recebeu bronca. Da próxima vez, pode até fazer aquela pose fofa de submissão antes mesmo de saber por quê. Culpa mesmo, do jeitinho humano, envolve pensar sobre o passado, entender valores, refletir – e o cérebro dos cachorros não opera bem assim. Ou seja, nossos peludos sentem um monte de coisas, mas culpa como a nossa? Nem tanto.

E os gatos? Também são astutos. Ao contrário dos cães, os felinos tendem a ignorar broncas, agindo com aquele ar blasé. Se fazem algo errado, vão é se esconder. Culpa? Não. Estratégia de sobrevivência.

O papel da sua voz: por que o tom importa tanto para eles?

Reparou como, ao aumentar o tom ou pesar no discurso, seu cachorro começa a parecer desconfortável? Aquela velha história: para eles, o que importa não são as palavras, mas como você fala.

O tom da sua voz ativa memórias e sensações. Um “NÃO!” mais forte dispara alerta. Já um “tá tudo bem” relaxa até o focinho mais travesso. Eles são especialistas em ler linguagem corporal e captar emoções. Por isso, não é de se espantar que as expressões de culpa apareçam justamente quando sentem desaprovação – não porque lembram exatamente o que fizeram.

Curioso? Tem um monte de vídeos de donos dando bronca em pets recém-chegados que nem tiveram chance de aprontar, e o cão faz a cara de “fiz algo errado” só pela forma como a voz foi usada!

Entenda as expressões: submissão ou arrependimento?

Chega de romantizar: aquela cara de “desculpa, humano!” é, na real, sinal de submissão. Os cães aprenderam, ao longo de sua evolução ao nosso lado, a responder desse jeito diante de nossos gestos, olhares e tons.

Além do rabinho entre as pernas e as orelhas para trás, eles podem evitar o olhar, lamber os lábios ou recuar fisicamente. É o pacote completo de quem absorveu ao longo de gerações que manter a paz com o humano é o melhor caminho.

E olha que legal: o vínculo entre você e seu cão é tão forte que eles acabam até “imitando” sua energia. Um tutor calmo tranquiliza até o cachorro mais agitado, já reparou?

Gatos sentem “culpa”? Nem sonhando…

Aqui vai um bônus para os gateiros: gatos, por outro lado, não costumam apresentar sinais de submissão após uma bronca. Eles tendem a agir com autonomia total, aprendem rápido que humanos mudam de humor, mas, no máximo, vão buscar um esconderijo seguro até a poeira baixar.

Dicas para melhorar a comunicação com seu pet

Agora que já sabe que culpa, para eles, não é bem o que parece, que tal usar esse conhecimento para ficar ainda mais próximo do seu amigo de quatro patas? Olha só:

  • Sempre prefira reforços positivos: premie acertos, incentive bons comportamentos. Nada de bronca excessiva!
  • Não espere que seu cão “lembre” do erro: corrija ou oriente na hora, não depois. Passou do momento, ele já nem sabe mais o motivo do seu tom.
  • Fique atento à sua própria energia: eles sentem tudo. Se você ficar muito estressado, seu cachorro pode ficar ansioso também.
  • No caso dos gatos, evite gritar ou gestos bruscos. Eles preferem distância até tudo se acalmar, então respeite o tempo deles quando precisarem.

E aí, ficou surpreso também?

Vai por mim: descobrir que cães se sentem culpados não exatamente do jeitinho que a gente imagina muda muita coisa. O mais importante é olhar seu pet com ainda mais carinho e respeito pelas emoções deles, do jeito próprio de cada um. E você, já reparou como seu cachorro reage à sua voz – ou será que seu gato só te olha de canto de olho sem se abalar? Conta pra gente: já presenciou alguma “cara de culpa” clássica do seu pet? Compartilha aí!

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Hatus Feitosa

Apaixonado por cães, gatos e suas curiosidades, o autor deste blog criou um espaço dedicado a compartilhar descobertas, comportamentos e fatos surpreendentes sobre os companheiros de quatro patas, encantando tutores e amantes de pets com conteúdos informativos e envolventes.